sábado, 5 de maio de 2018

Papa aos neocatecumenais:

 Em seu DNA a vocação da missão
“Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano", disse Francisco.

Cidade do VaticanoO Papa Francisco encontrou-se com o Caminho Neocatecumenal, na manhã deste sábado (05/05), na esplanada de Tor Vergata, bairro situado na periferia de Roma, pelos seus 50 anos de fundação.
O encontro teve início às 11 locais, e Kiko Argüello, um dos fundadores do Caminho e responsável da equipe internacional, fez a introdução. O lugar escolhido para o local foi a área universitária de Tor Vergata, situada na periferia de Roma, em homenagem a São João Paulo II, que durante os seus 26 anos de pontificado acolheu e apoiou o Caminho. Em Tor Vergata foi celebrada a inesquecível Jornada Mundial da Juventude do ano 2000.
Depois de manifestar a sua alegria pelo encontro com os membros do movimento, o Papa ressaltou que “cinquenta é um número importante na Bíblia: no quinquagésimo dia, o Espírito do Senhor Ressuscitado desceu sobre os Apóstolos e mostrou ao mundo a Igreja.”
Amor e fidelidade
“Queridos irmãos e irmãs, no final vocês cantarão o Te Deum de ação de graças pelo amor e a fidelidade de Deus. É muito bonito isso: agradecer a Deus pelo seu amor e pela sua fidelidade. Muitas vezes, agradecemos pelos seus dons, por aquilo que nos dá, e isso é bom. Mas é ainda melhor dar graças a Deus pelo que Ele é, Deus fiel no amor. A sua bondade não depende de nós. Qualquer coisa façamos, Deus continua nos amando fielmente. Esta é a fonte de nossa confiança, o grande consolo da vida. Portanto, coragem, e nunca fiquem tristes. Quando as nuvens dos problemas forem pesadas em seus dias, recordem que o amor fiel de Deus brilha sempre, como o sol sem ocaso. Recordem sempre o seu bem, mais forte que todo mal, e a lembrança do amor de Deus os ajudará na angústia.”
O Papa agradeceu aos membros do Caminho Neocatecumenal que estão para ir em missão, para a evangelização, prioridade da Igreja hoje.
Missão é dar voz ao amor
“Missão é dar voz ao amor fiel de Deus, é anunciar que o Senhor quer o nosso bem e que nunca se cansará de nós, deste nosso mundo. Missão é doar aquilo que recebemos. Missão é cumprir o mandato de Jesus que ouvimos: “Ide, portanto, e fazei que todos as nações se tornem discípulos.”
“A missão requer a partida, mas na vida é forte a tentação de permanecer, de não correr riscos, de ter a situação sob controle. É mais fácil permanecer em casa, circundados por aqueles que nos querem bem, mas não é o caminho de Jesus. Ide: um chamado forte que ressoa em todos os cantos da vida cristã; um mandato claro a estar sempre em saída, peregrinos no mundo à procura do irmão que ainda não conhece a alegria do amor de Deus.”
Para anunciar é preciso renunciar
“Para anunciar é preciso renunciar. Somente uma Igreja que renuncia ao mundo anuncia bem o Senhor. Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano. E quem, por amor, aprende a renunciar às coisas que passam, abraça este grande tesouro: a liberdade. Não tem apegos, sente que o coração se dilata, está disponível a Deus e aos irmãos.”
Jesus diz: “fazei que todos as nações se tornem discípulos”, ou seja, partilhem com os outros o dom que receberam, o encontro de amor que mudou a sua vida. O coração da missão é testemunhar que Deus nos ama e que com Ele é possível o amor verdadeiro, que doa a vida em todo lugar, na família, no trabalho, na consagração e no matrimônio. Missão é tornar-se discípulos com os novos discípulos de Jesus. É redescobrir parte de uma Igreja discípula. A Igreja é mestra, mas não pode ser mestra se antes não for discípula, assim como não pode ser mãe se antes não for filha.”
Caminho Neocatecumenal e seu DNA
“Eis a nossa mãe: uma Igreja humilde, filha do Pai e discípula do Mestre, feliz de ser irmã da humanidade. Esta dinâmica do discipulado, o discípulo que torna discípulos, é totalmente diferente da dinâmica do proselitismo.”
“Aqui está a força do anúncio, para que o mundo creia. Não contam os argumentos que convencem, mas a vida que atrai; não a capacidade de se impor, mas a coragem de servir. Vocês têm em seu “DNA” esta vocação de anunciar vivendo em família, seguindo o exemplo da Sagrada Família: em humildade, simplicidade e louvor. Levem esta atmosfera familiar a tantos lugares desolados e sem afeto. Sejam reconhecidos como amigos de Jesus. Sejam amigos de todos.”
“Queridos irmãos e irmãs, o seu carisma é um grande dom de Deus para a Igreja do nosso tempo. Demos graças a Deus por estes cinquenta anos. Olhando para a sua paterna, fraterna e fidelidade amorosa, nunca percam a confiança. Ele os protegerá, incentivando-os ao mesmo tempo a ir, como discípulos amados, a todos os povos, com simplicidade humilde.”
Festa da fé
Os membros do Caminho Neocatecumenal vieram de 134 nações onde o movimento está presente,  junto com 16 cardeais e 90 bispos de várias partes do mundo.
Durante o encontro, o Pontífice abençoou as cruzes e entregou aos responsáveis 34 novas missões ad gentes que levarão o Evangelho ao mundo.
Por fim, foi recordada Carmen Hernández uma das fundadoras do Caminho Neocatecumenal junto com Kiko Argüello, falecida em 19 de julho de 2016, em Madri, Espanha.
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Assista:
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Nulidade matrimonial:
Instruções para a formação
"Os estudos do direito canônico à luz da reforma do processo matrimonial" é o título da nova Instrução da Congregação para a Educação Católica. Na entrevista, Dom Zani, secretário da Congregação, enfatiza que é necessária "melhor preparação" nas Igrejas particulares, precisamente para implementar a reforma desejada pelo Papa.

Cidade do VaticanoPromover uma preparação diferenciada, sobretudo acadêmica, das diferentes pessoas que estão trabalhando com as causas de declaração de nulidade do matrimônio, nos tribunais eclesiásticos ou no aconselhamento matrimonial. Este é o propósito da nova Instrução da Congregação para a Educação Católica, apresentada na manhã de 3 de maio e promulgada à luz das inovações introduzidas pela reforma dos processos canônicos para as causas da declaração de nulidade do matrimônio desejadas pelo Papa Francisco e expressas por dois documentos em forma de Motu Proprio: Mitis Iudex Dominus Iesus e Mitis et misericors Iesus.
O ponto de partida que motivou a Congregação para a Educação Católica a publicar as 'diretrizes' para a formação dos operadores dos tribunais eclesiásticos e para as várias pessoas envolvidas na pastoral do matrimônio e da família foi a Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco Amoris Laetitia, na qual se faz referência à necessidade de tornar os procedimentos de reconhecimento de casos de nulidade mais acessíveis e ágeis ", diz Dom Vincenzo Zani, Secretário da Congregação.
As Igrejas Particulares
"Muitas vezes, sublinha Dom Angelo, há desconforto, lentidão para aplicar essa necessidade fortemente enfatizada pelos padres sinodais, por isso o Papa publicou o Motu proprio 'Mitis iudex', dando indicações claras sobre a necessidade de se envolver mais diretamente o bispo em sua igreja, sendo sua tarefa também de juiz dos fiéis confiados a ele, e portanto pedindo às Igrejas particulares de assumir de melhor forma a responsabilidade de iniciar o processo para estas causas de pedido de nulidade matrimonial."
"Agora, esta indicação exige das Igrejas particulares a urgência de ter pessoal adequado. Neste ponto, quem o forma? Há muitos cursos: cursos de formação, cursos que se fazem com bastante qualificação. Neste momento, é exigido também esta responsabilidade à toda realidade das faculdades eclesiásticas, da Faculdade de Direito Canônico, que temos espalhadas no mundo."
Novidade
"Antes de tudo – prossegue Dom Angelo –, depois de ter confirmado com o Santo Padre, decidiu-se de sublinhar dois temas importantes:  a forte exigência de manter o alto nível das faculdades de Direito Canonico. No mundo existem 42 faculdades, com várias instituições particulares. Portanto, devemos qualificar as realidades existentes, potencializá-las, pedir uma maior articulação; da outra parte, não podemos multiplicar a presença das Faculdades de Direito Canônico porque existem exigências muito precisas para constitui-las: número de docentes, a pesquisa, os ambientes, as estruturas etc."
"E então decidimos dar mais duas indicações, ou seja, que mesmo dentro das Faculdades de Teologia existentes hoje possam abrir os Departamentos de Direito Canônico: nas Faculdades de Teologia já existe um curso de Direito Canônico, mas um Departamento é mais rico de oferta. E mesmo onde temos universidades católicas com a Faculdade de Direito, ali também são convidados a estabelecer as cátedras de Direito Canônico, integrando assim todos os cursos de direito que já existem."
"Então, essas três possibilidades: potencializar a Faculdade de Direito Canônico; Departamentos de Direito Canônico nas Faculdades de Teologia - evidentemente aprovados por nós - e, na terceira hipótese, a cadeira de Direito Canônico nas Faculdades de Direito é uma melhor articulação desta oferta para a preparação de pessoal."
Pessoal qualificado
Dom Angelo se concentrou nos tipos de pessoas que devem ser preparados:
"Existem três níveis de pessoal qualificado para acompanhar as pessoas que estão em dificuldades e que têm essa necessidade de entender se o matrimônio é nulo ou se há situações que podem ser recuperadas e assim por diante.
O primeiro nível é o nível pastoral: os padres e colaboradores próximos devem ser bem formados, devem ser atualizados sobre as problemáticas; portanto, uma preparação de base mais qualificada e mais direcionada sobre essas questões.
O segundo nível é a preparação de pessoal: que na diocese se dô o suporte aos centros pastorais familiares com mais qualificação, com pessoas que sejam atualizadas sobre essas questões e, portanto, que façam um acompanhamento mais qualificado das pessoas em dificuldade e uma triagem inicial das questões e problemáticas.
E o terceiro nível é o nível dos tribunais: é necessário que não apenas o presidente do Tribunal, mas também toda a equipe de colaboradores e secretários tenham  uma preparação mais específica sobre essas questões.
Por fim Dom Angelo Vincenzo Zani ressalta: "Até hoje, as questões mais difíceis e duvidosas eram dirigidas a Roma ou aos poucos centros que existiam em diferentes continentes. A mudança que o Papa pede é aproximar este tipo de serviço às Igrejas particulares, e para isso é necessario uma melhor preparação."
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