sexta-feira, 6 de abril de 2018

Leituras do

2º Domingo da Páscoa

1ª Leitura: At 4,32-35 
Atos dos Apóstolos:
A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum.
Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos.
Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas vendiam-nas, levavam o dinheiro, e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um.
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Salmo: 50
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; “eterna é a sua misericórdia!”
- Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; “eterna é a sua misericórdia!”
- A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Aarão agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”/ Os que temem o Senhor agora o digam:/ “Eterna é a sua misericórdia!”
- A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou,/ a mão direita do Senhor fez maravilhas!
- Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!/ O Senhor severamente me provou,/ mas não me abandonou às mãos da morte.
- A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ que maravilhas ele fez a nossos olhos!/ Este é o dia que o Senhor fez para nós,/ alegremo-nos e nele exultemos!
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2ª Leitura: 1Jo 5,1-6
Primeira Carta de São João:
Caríssimos: Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade.
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Evangelho: Jo 12,20-33
Evangelho de São João:
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
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Reflexão:
A comunidade que nasceu da Páscoa
Este domingo pascal acentua o dom do Espírito pelo Cristo Ressuscitado. O evangelho narra com Jesus, na própria tarde da Páscoa, apareceu aos discípulos no cenáculo, dando-lhes o Espírito Santo; e como, no domingo seguinte, Jesus mostrou seu lado aberto a Tomé, testemunha da primeira hora, mas proclamando felizes, doravante, os que  acreditarem sem ter visto (v. 29)
Queremos deter-nos no tema do dom do Espírito e a vida da comunidade. O dom do Espírito serve em primeiro lugar para perdoar o pecado (v. 22-23). Pois os discípulos continuam a obra que Jesus iniciou: na primeira apresentação por João Batista, Jesus fora chamado “o cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jô 1,29). A reconciliação com Deus e entre os irmãos é condição necessária para que seja possível a comunidade que Jesus deseja.
Na 1ª leitura vemos como essa comunidade funciona. Continuando a reunir-se, depois da morte e ressurreição de Jesus, e animada por seu Espírito, procurava viver em unidade perfeita: um só coração e uma só alma. Colocavam seus bens em comum, ninguém considerava seu o que possuía, e assim não havia carência no meio deles. Comunhão dos bens materiais mas também dos bens intelectuais, afetivos, espirituais. O que chamamos de “fraternidade”era realidade entre eles. Não era uma mera agremiação piedosa. Era uma união de vida.
Comunidade cristã é união de vida dos que seguem aquele que deu a vida por nós, Jesus Cristo. Ele nada guardou para si. Nós também, não devemos guardar para nós nada dos bens que nos foram dados – tanto materiais como intelectuais, morais etc. Somos  administradores, não proprietários, e isso é uma razão a mais para sermos muito responsáveis naquilo que fazemos: não nos pertence. Pertence a Deus e é destinado aos nossos irmãos e irmãs. Assim como Cristo deu sua própria vida em sinal do amor de Deus, assim também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1Jo 3,16). Dar a vida, vivendo ou morrendo…morrendo de uma morte que em Cristo se transforma em vida.
Essa vida de comunhão, é obra do Espírito de Cristo, que é o sopro de Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Podemos também dizer que o Espírito de Deus faz ressuscitar em nós a vida que Jesus viveu. Foi isso que experimentaram os primeiros cristãos, e é isso que a Igreja sempre terá de vivenciar. Não o egoísmo de uma instituiçã fechada sobre si mesma e de cristãos só de nome, mas uma comunhão de irmãos e irmãs, que contagia o mundo. Essa é a nossa fé, que vence o mundo (2ª leitura). A vida de Jesus ressuscita em nós. Paulo diz: “Não sou eu quem vivo, mas Cristo que vive em mim”(Gl 2,20). João escreve seu evangelho para que estejamos firmes na fé em Jesus e nessa fé tenhamos a vida. Mas não se trata de uma vida qualquer. Trata-se da vida que Jesus nos mostrou. Por isso João descreveu os gestos de Jesus, seus sinais que falavam de Deus (Jo 20, 30-31). Seja nossa vida, nossa comunidade, tal sinal: Nisto todos conhecerão que sois discípulos meus: que vos ameis uns aos outros”(Jo 13,35).
                          Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                  Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

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