quarta-feira, 18 de abril de 2018

56ª Assembleia da CNBB:

Arcebispo de Belo Horizonte
fala sobre desafios pastorais nas metrópoles
A presença e atuação da Igreja nos grandes centros urbanos é uma preocupação e uma realidade para a Igreja no Brasil. Nesta quarta-feira (18), durante a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), o Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Dom Walmor Oliveira de Azevedo trouxe contribuições de sua Igreja local.


A Arquidiocese de Belo Horizonte está presente na capital mineira e em outros 28 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, compreendendo 5,3 milhões de habitantes com um percentual de 74,5% de católicos.
O arcebispo citou uma pesquisa do Centro de Geoprocessamento de Informações e Pesquisas Pastorais e Religiosas – Cegipar da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), que cerca de 500 mil habitantes da região moram em vilas ou favelas e apontou que a Igreja particular de Belo Horizonte não está presente em 170 favelas da região metropolitana.
“Este é um desafio urbano para nossa Igreja: estar presente no meio dos pobres”, afirmou Dom Walmor, que destacou também a necessidade de ter instrumentos de trabalho que tragam um panorama real das cidades e não apenas uma visão generalizada.
 “O trabalho na realidade urbana supõe ter equipamentos adequados de abordagem, de intercâmbio e de análise da própria realidade”, acrescentou. Dom Walmor ainda citou o trabalho crescente de comunicação e nas redes sociais realizado na Arquidiocese para contribuir com a evangelização.
Dom Walmor falou da necessidade de fazer crescer a rede de comunidades. “Não tem como evangelizar nos grandes centros urbanos, nas cidades conturbadas das regiões metropolitanas sem a força das comunidades, sem o fortalecimento com uma Igreja ministerial”, afirmou.
O arcebispo ainda completou falando da valorização da religiosidade popular e da devoção mariana, citando os mais de dez santuários da Arquidiocese, como centros de espiritualidade e lugar de cuidar dos pobres.
“Evangelizar nas grandes cidades é usar, criar e expandir equipamentos numa concepção muito aberta e bastante audaciosa para fazer essa experiência importante e bonita de permear os valores do evangelho na cultura, nos corações, na vida e na dinâmica de nossas grandes cidades”, concluiu.
............................................................................................................................................................
Assista:
...........................................................................................................................................................
Cardeal Hummes
destaca questões urgentes da Igreja na Amazônia
A coletiva de imprensa desta quarta-feira, 18 de abril, durante a 56ª Assembleia Geral da CNBB abordou um conjunto de temas sociais da Igreja. Participaram desta coletiva o presidente da Comissão Especial para a Amazônia, Cardeal Dom Claudio Hummes, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, Dom Guilherme Werlang e o Presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom Roque Paloschi.
Dom Guilherme Werlang - Dom Roque Paloschi - Dom Claudio Hummes
O início da coletiva traçou expectativas para o Sínodo da Amazônia que acontecerá em outubro de 2019. Dom Claudio detalhou novidades, após reunião ocorrida em Roma nos últimos dias.
Para o Cardeal, o Papa espera um Igreja com um clero indígena, inclusive. “É um sínodo para encontrar novos caminhos e não incentivar os caminhos velhos de sempre. Novas possibilidades de trabalho, aponta Dom Claudio.
Em Roma, a reunião pré-sinodal conta com a participação de cinco bispos católicos, mas ao todo são 20 pessoas participando, até mesmo o Papa Francisco, que segundo Dom Claudio esteve presente nos encontros de forma quase que total, se ausentando somente uma vez por questão de agenda. “Ele estava sentado conosco e ouvindo o que estavam propondo”, afirma Dom Cláudio.
O Cardeal brasileiro também disse que é um momento para preparar um documento que desperte no publico, na sociedade em geral, o interesse pelo sínodo.
Outro aspecto importante é que será elaborado um questionário para que dioceses da região amazônica possam indicar suas urgências, são previstos também encontros internacionais e regionais e com pessoas mais simples da base, ou seja, os ribeirinhos, os indígenas, o povo mais pobre e mais esquecido.
Até a realização do Sínodo vai ser pensado o que se quer da Igreja na Amazônia que passa por momento de questão de ameaça pelo desmatamento, mineração, agropecuária etc. “Como preservar, defender rios, matas e a biodiversidade, além do povo em geral e ajudar para que não seja atropelados, destruídos, degradados. Como podemos anunciar Jesus dentro dessa problemática, como aquele que guia e reúne?”, relata Hummes.
Questões urgentes da Igreja na Amazônia
Dom Claudio Hummes ainda explicou que o ideal é um clero indígena e amazônico, além disso, a intenção do Sínodo é refletir até que ponto a Igreja será capaz de se encontrar presente nas comunidades e não só de vez em quando. “A eucaristia e todos os sacramentos fazem parte da vida do católico. Como não estamos dando conta do recado, outros vão ocupando o lugar, porque não temos condições de cumprir”, revela.
Dom Claudio Hummes também comentou que fala-se em uma Igreja indigenista, que significa ser aquela que defende os indígenas e que também se quer pensar em ser uma Igreja que nasça de dentro e que sejam sujeitos da própria realidade religiosa.
Já Dom Guilherme Werlang tocou em dois pontos importantes dentro da comissão que preside: a necessidade de realização de uma Semana Social Brasileira e a atualização do Grito dos Excluídos.
Ele disse que em 2013, quando ocorreu a última semana social se refletia a caminhada por uma sociedade nova. Tinha-se naquela época como meta: o Estado para quê? ou o Estado para quem?. De lá para cá o cenário é outro. “Temos de dar ouvidos a novas necessidades que brotam”, afirma Dom Guilherme.
A ideia é que se realize um novo encontro em 2019 ou 2020. Pensando nessas grandes dores e sofrimentos que o povo brasileiro está vivendo.
Sobre o Grito dos excluídos, Dom Guilherme afirmou que é preciso atualizar a metodologia, repensar e aprofundar. “Estamos atentos e queremos que a Igreja assuma o compromisso com uma sociedade mais justa, mais solidária e com maior dignidade para todos”.
Dom Roque tocou na questão dos povos indígenas: “Não se consegue passar do preconceito e da descriminação, pois em 2018, podemos citar casos que mostram a triste realidade, como por exemplo, a morte do professor Marcondes, assassinado a pauladas em Santa Catarina, também o professor Daniel no Mato Grosso, a queima de uma base da Funai em Rondônia, a tortura de povos indígenas no Rio Grande do Sul”
Dom Roque também criticou a omissão do Estado brasileiro, por parte do executivo, legislativo e judiciário.
..............................................................................................................................................................
Assista:
..................................................................................................................................................
                                                                                                                 Fonte: www.a12.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário