sexta-feira, 9 de março de 2018

Pregação de Quaresma no Vaticano:

"Humildade cristã"
Durante o período de Quaresma, o pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, propõe às sextas-feiras uma reflexão ao Papa Francisco e seus colaboradores na Capela Redemtoris Mater.
Cidade do Vaticano - Durante o período de Quaresma, o pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, propõe às sextas-feiras uma reflexão ao Papa Francisco e seus colaboradores na Capela Redemtoris Mater.
O tema da terceira pregação, oferecida na manhã de 09/03, foi ‘a humildade cristã’.
“Podemos falar da humildade de diferentes pontos de vista, mas em seu significado mais profundo, a humildade é apenas a de Cristo. É verdadeiramente humilde quem se esforça para ter o coração de Cristo”, iniciou o frade capuchinho.
A humildade como sobriedade
Mencionando o Apóstolo Paulo, o frei afirmou que o ensinamento bíblico tradicional sobre a humildade se expressa através da metáfora do “elevar-se” e do “abaixar-se”, do tender ao alto e do tender ao baixo. A palavra usada por São Paulo para indicar a humildade-verdade é a palavra sobriedade ou sabedoria. Ele exorta os cristãos a não terem uma ideia errada e exagerada de si mesmos, mas sim uma avaliação justa, sóbria, de si, quase podemos dizer objetiva. Com isso, ele diz que o homem é sábio quando é humilde e que é humilde quando é sábio. O Evangelho nos apresenta um modelo insuperável da humildade-verdade, e é Maria.
Humildade e humilhação
Não devemos nos iludir de ter alcançado a humildade apenas porque a Palavra de Deus e o exemplo de Maria nos levaram a descobrir o nosso nada. Há um longo caminho a percorrer para alcançar a verdadeira humildade e a humilde verdade, pois a vaidade é capaz de transformar em ato de orgulho o nosso próprio desejo de tender à humildade.
A humildade não é somente importante para o progresso pessoal no caminho da santidade; também é essencial para o bom funcionamento da vida comunitária, para a construção da Igreja.
A humildade é, na vida espiritual, o grande isolante que permite que a corrente divina da graça passe através de uma pessoa sem dissipar-se, ou, pior, provocar chamas de orgulho e de rivalidade.
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Papa Francisco:
Confessor, testemunha da compaixão e da misericórdia divina
O confessor deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não quer dizer uma redução do ministério, mas a sua plena realização.
Cidade do Vaticano - O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã desta sexta-feira, no Vaticano, recebendo cerca de 400 participantes no Curso do Foro Interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica.
O Curso, que se realizou em vista do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Juventude, debateu o tema sobre a “relação entre a Confissão sacramental e o discernimento vocacional”.
Partindo deste tema oportuno, o Papa fez uma reflexão sobre a “atenção que um jovem sacerdote confessor deve ter ao administrar o sacramento da Confissão, em vista de um eventual discernimento vocacional juvenil”. Antes de tudo, é preciso redescobrir - como diz Santo Tomás de Aquino - a “dimensão instrumental” do ministério da Penitência. E explicou:
“O sacerdote confessor não é fonte de Misericórdia, de graça, nem instrumento indispensável, mas apenas instrumento! Isto deve favorecer uma atenciosa vigilância sobre o risco de se tornar ‘dono das consciências’, sobretudo na relação aos jovens, cuja personalidade ainda está em formação e, portanto, é facilmente influenciável”.
Logo, o confessor deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não quer dizer uma redução do ministério, mas a sua plena realização. A seguir, Francisco falou sobre a dimensão de “saber ouvir”, antes de dar respostas:
“O confessor deve ser homem da escuta: escuta humana do penitente e escuta divina do Espírito Santo. Ao ouvir o irmão penitente, ouvimos o próprio Jesus, pobre e humilde; ao ouvir o Espírito Santo, colocamo-nos em zelosa obediência, tornando-nos ouvintes da Palavra, prestando o maior dos serviços aos jovens penitentes, ou seja, colocando-os em contato com Jesus”.
Quando são colocados em prática estes dois elementos, afirma o Papa, o colóquio sacramental abre um caminho prudente e orante que é o “discernimento vocacional”. Todo jovem tem o direito de ouvir a voz de Deus, seja na sua consciência seja através da escuta da Palavra. Aqui entra o acompanhamento sapiente do confessor, que se torna padre espiritual:
“O discernimento vocacional consiste, antes de tudo, em uma leitura dos sinais, que Deus colocou na vida do jovem, mediante as suas qualidades e inclinações pessoais, por meio de encontros e oração, como fez Samuel: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’.”
Desta maneira, concluiu Francisco, o colóquio da Confissão sacramental torna-se ocasião privilegiada de encontro com Deus, para o penitente e para o confessor. Assim, a vocação jamais coincide com o formalismo, mas é o contato direto, vital e imprescindível com o próprio Jesus.
Por fim, o Santo Padre recordou aos presentes as categorias que definem um confessor: “médico e juiz”, pastor e pai”, “mestre e educador”, mas, sobretudo para os jovens, é testemunha: “testemunha da compaixão e da misericórdia divina”.
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Papa Francisco:
O pecado tem como consequência o afastamento de Deus
"O pecado é uma das modalidades com que nós nos afastamos d’Ele; mas isto não significa que Ele se afaste de nós", disse o Papa Francisco.
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco presidiu, na tarde desta sexta-feira (09/03), a celebração penitencial, na Basílica de São Pedro, no âmbito do tradicional evento “24 horas para o Senhor”.
O Pontífice frisou em sua homilia que "Deus nos ama de tal maneira que nos tornou seus filhos e, quando O pudermos ver face a face, descobriremos ainda melhor a grandeza deste seu amor".
“E não só: o amor de Deus é sempre maior de quanto possamos imaginar, estendendo-se para além de qualquer pecado que a nossa consciência nos acuse.”
"Não conhece limites, é um amor desprovido de confins; não apresenta aqueles obstáculos que nós, ao contrário, costumamos interpor a uma pessoa, pelo receio que venha privar-nos da liberdade.”
O Papa disse ainda que “a condição do pecado tem como consequência o afastamento de Deus. E, de fato, o pecado é uma das modalidades com que nós nos afastamos d’Ele; mas isto não significa que Ele se afaste de nós".
“A condição de fraqueza e confusão, em que o pecado nos coloca, é mais um motivo para Deus ficar junto de nós; esta certeza deve acompanhar-nos sempre na vida.”
Segundo Francisco, a palavra do Apóstolo São João "oferece-nos uma confirmação disto mesmo para tranquilizar o nosso coração, levando-o a ter sempre uma confiança inabalável no amor do Pai: «Na sua presença, sentir-se-á tranquilo o nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse; pois Deus é maior que o nosso coração e conhece tudo».”
“A sua graça continua a trabalhar em nós para tornar mais forte a esperança de que nunca estaremos privados do seu amor, apesar de qualquer pecado que possamos ter feito, rejeitando a sua presença na nossa vida.”
Para o Santo Padre, “esta esperança impele-nos a tomar consciência da desorientação em que muitas vezes cai a nossa existência, precisamente como sucedeu a Pedro, segundo a narração evangélica que ouvimos: «No mesmo instante, o galo cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: “Antes de o galo cantar, me negarás três vezes”. E, saindo para fora, chorou amargamente».”
“O evangelista é extremamente sóbrio”, sublinhou Francisco. “O canto do galo parece surpreender um homem ainda confuso; depois, ele recorda-se das palavras de Jesus e, finalmente, rasga-se o véu e Pedro começa a vislumbrar, por entre as lágrimas, que Deus Se revela em Cristo esbofeteado, insultado, renegado por ele, mas que, por ele, vai morrer".
"Pedro, que teria desejado morrer por Jesus, agora entende que deve deixar que Jesus morra por ele. Pedro queria ensinar o seu Mestre, queria precedê-Lo; ao contrário, é Jesus que vai morrer por Pedro; e isto, Pedro não o compreendera, não o quisera compreender.”
“Pedro confronta-se agora com o amor do Senhor e, finalmente, compreende que Ele o ama e lhe pede para se deixar amar.”
"Pedro dá-se conta de que sempre se recusara a deixar-se amar, sempre se recusara a deixar-se salvar plenamente por Jesus; afinal, não queria, de todo, que Jesus o amasse.”
“Como é difícil deixar-se amar verdadeiramente! Sempre quereríamos que algo de nós não estivesse obrigado à gratidão, quando, na realidade, somos devedores de tudo, porque Deus é o primeiro a amar e, por amor, nos salva totalmente".
Francisco convidou a pedir ao "Senhor a graça de nos dar a conhecer a grandeza do seu amor, que apaga todos os nossos pecados". 
Celebração Penitencial na Basílica de São Pedro
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