sexta-feira, 31 de março de 2017

Contemplemos os sofrimentos de Maria

A devoção das sete dores de Nossa Senhora

É antiga a tradição que faz memória dessas dores de Nossa Senhora e que busca difundir a devoção a essa Mãe dolorosa.
No dia 15 de setembro celebramos a memória de Nossa Senhora das Dores. Não é por acaso que esta celebração esteja tão próxima da festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos no dia anterior. A cruz de Jesus, uma das dores, talvez a mais forte, de Maria, é instrumento da nossa salvação. E junto a essa mesma cruz se faz explicita a missão de Nossa Senhora de ser a mãe de todos os discípulos de Jesus. A Cruz e Maria estão unidos pelo laço de amor que une uma mãe a seu filho.
Durante o Ano Jubilar, o Pontífice percorreu obras de misericórdia que atendiam pessoas em situação de exclusão física e social, como uma casa para idosos, um centro de refugiados e hospitais de atendimento infantil. Com a visita surpresa desta sexta-feira, Francisco imprimiu mais uma vez a sua marca concreta de atenção e carinho aos mais vulneráveis nas periferias existenciais. (AC)
1. A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2, 34-35)
2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21);
Unamo-nos às dores de Maria!
3. O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2, 41-51);
4. O encontro entre Maria e Jesus no caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31);
5. Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João 19, 25-27);
6. Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
7. Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56).
A partir dessas dores, podemos pensar em como Maria nos auxilia em nosso peregrinar de fé:
"Como poderíamos olhar para Nossa Senhora dolorosa e ao mesmo tempo querer que a nossa própria vida não tenha nada de dor?"
Podemos ver que a experiência dolorosa acompanhou Maria durante toda a sua vida. Desde que era uma jovem, quando apresenta seu recém-nascido no templo, cumprindo com a Lei dos judeus, até o momento ápice de dor, ao ver seu filho morto na Cruz. Só nesse aspecto poderíamos meditar durante muito tempo, porque o mundo em que vivemos parece ir em uma direção totalmente contrária a essa. Mesmo sabendo que não é possível uma vida sem dor, muitos parecem gastar sua vida inteira tentando fugir de qualquer experiência negativa, acreditando inclusive em falsos profetas que prometem o fim de todas as dores já aqui nesse mundo. Como poderíamos olhar para Nossa Senhora dolorosa e ao mesmo tempo querer que a nossa própria vida não tenha nada de dor? A perspectiva precisa ser outra, a perspectiva que ela teve pela fé. A dor, o sofrimento e a morte, se unidos ao seu Filho Jesus, nunca têm a última palavra. É a vida e a ressurreição que reinam ao final para aqueles que souberam permanecer firmes na fé.
E foi isso que Maria fez. Permaneceu firme na fé em todos os momentos difíceis, inclusive, conta o Evangelho, que estava de pé junto a cruz, como símbolo de sua fé viva, mesmo em meio a tanto ódio contra seu Filho. Por isso ela é capaz de recebe-lo em seus braços, morto, e de sepultá-lo com a esperança de que ao que ela estava vivendo sucederia a vitória do amor. O amor venceria a morte e nos traria a salvação, a reconciliação da humanidade com Deus.
Que nesse dia possamos unir-nos às dores de Maria, para que aprendamos com ela a viver a dimensão da Cruz que todo cristão está chamado a viver, para com Jesus sairmos também vitoriosos nessa caminhada que estamos fazendo até o encontro definitivo com Deus no céu.
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Leituras do

5º Domingo da Quaresma


1ª Leitura: Ez 37,12-14
Profecia de Ezequiel:
Assim fala o Senhor Deus: “Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; e quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor.
Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço — oráculo do Senhor”.
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Salmo: 129
No Senhor, toda graça e redenção!
- No Senhor, toda graça e redenção!
- Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,/ escutai a minha voz!/ Vossos ouvidos estejam bem atentos/ ao clamor da minha prece!
- Se levardes em conta nossas faltas,/ quem haverá de subsistir?/ Mas em vós se encontra o perdão,/ eu vos temo e em vós espero.
- No Senhor ponho a minha esperança,/ espero em sua palavra./ A minh’alma espera no Senhor/ mais que o vigia pela aurora.
- Espere Israel pelo Senhor,/ mais que o vigia pela aurora!/ Pois no Senhor se encontra toda graça / e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel/ de toda a sua culpa.
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2ª Leitura: Rm 8,8-11
Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça.
E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós.
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Evangelho:  Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45
Evangelho de São João
Naquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”.
Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”.
Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”.
Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”.
Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”.
Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”.
Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”
Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.
Jesus ficou profundamente comovido 34e perguntou: “Onde o colocastes?”
Responderam: “Vem ver, Senhor”. E Jesus chorou. Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!”
Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”
De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. Disse Jesus: “Tirai a pedra!”
Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”.
Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”
Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”.
Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”
O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!”
Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.

Reflexão:
O batismo, vida nova

Que é “vida nova”? Para os materialistas, o sucesso depois do aperto. Para os espíritas, reencarnação… Nos dois casos, é apenas uma reedição melhorada daquilo que já se viveu… Jesus traz uma vida verdadeiramente nova, de outra ordem.
A liturgia nos convida a voltar às nossas origens como povo de Deus, lá no antigo Israel. Israel estava no exílio, na Babilônia: um povo morto. Então, Ezequiel viu os ossos mortos recobrarem a vida pelo “espírito” (o sopro) de Deus. E Deus explica: seu espírito fará reviver o povo de Israel, que vai voltar para a sua terra (1ª leitura).
No Novo Testamento, Paulo diz que vivemos uma vida nova, pelo espírito de Cristo que habita em nós, o Espírito que fez Cristo ressuscitar (2ª leitura). O batizado já não vive somente a vida natural, mas, pela fé, está ligado ao “corpo de Cristo”(a comunidade eclesial) e recebe o Espírito-Sopro de Cristo, que transforma sua vida. Quem foi batizado criança, talvez nem chegue a pensar nisso. Mas então está na hora de assumir isso como adulto. Para isso servem a Crisma e a renovação do compromisso da fé na noite pascal.
No evangelho de hoje, Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jô 11,25). Em sinal disso, faz voltar Lázaro à vida. Sinal da vida nova que Jesus comunica e que ele é em pessoa! Como discípulo e amigo de Jesus, Lázaro já tinha recebido, em sua vida mortal, a vida espiritual e eterna da união com Cristo e o Pai. Por isso, morrendo, ele não morre, mas vive, definitivamente… Para significar isso, Jesus o chama corporalmente do sepulcro. Isso não teria sido necessário, porque pela fé Lázaro já estava vivendo a vida eterna. Mas Jesus quis dar um sinal dessa vida eterna que a fé produz em todos aqueles que forem, como Lázaro, fiéis à palavra de vida que Jesus manifesta em sua pessoa e em todo o seu agir.
Podemos dizer que o batismo dá esta vida nova? Sim, porque ele nos dá como princípio vital a fé e a adesão a Cristo e à sua vida. O batizado vive uma vida realmente nova, animada pelo espírito de Cristo. Mas sem a fé, traduzida em obras, o batismo fica morto. A vida da fé bastismal se verifica, por exemplo, quando ela transforma uma sociedade de morte (fome, opressão, exclusão) numa comunidade de vida, fraternidade, comunhão.
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                                            Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

Pregação de Quaresma

reflete sobre a fé na vida eterna

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco participou na manhã de sexta-feira (31/03) da 4ª pregação de Quaresma, proposta pelo Frei capuchinho Raniero Cantalamessa para os colaboradores da Cúria. Na Capela Redemptoris Mater, a meditação teve o tema “O Espírito Santo nos introduz no mistério da Ressurreição de Cristo”.
O pregador iniciou a reflexão com uma abordagem histórica da ressurreição. Pelo fato de ninguém ter visto o momento em que Jesus ressuscita, mas só tê-lo visto ressuscitado, os historiadores se baseiam em dois fatos: a súbita e inexplicável fé dos discípulos; e a explicação de tal fé que os interessados nos deixaram. Negando o caráter histórico e objetivo da ressurreição, o nascimento da fé e da Igreja se tornaria um mistério ainda mais inexplicável do que a própria ressurreição. Segundo Frei Cantalamessa, “não basta constatar historicamente os fatos, é necessário ‘ver’ o Ressuscitado, e isso a história não pode dar, mas só a fé”.   
Frei Cantalamessa, o Papa e os colaboradores da Cúria
Mas o que é a ressurreição, considerada do ponto de vista da fé?, questionou ainda o frade. A morte de Cristo não torna verdadeira a sua causa; somente testemunha que eles acreditavam na verdade dela. “Que Cristo tenha morrido todo mundo acredita, inclusive os pagãos, mas que tenha ressuscitado, só os cristãos acreditam e não é cristão quem não acredita”, prosseguiu.
A fé cristã na ressurreição dos mortos responde também ao desejo mais instintivo do coração humano.  
A verdade é que tudo o que diz respeito à nossa condição no pós-vida permanece um mistério impenetrável; a eternidade não é uma entidade que existe a parte e que pode ser definida em si mesma, como se fosse um tempo esticado infinitamente. É o modo de ser de Deus. A eternidade é Deus! Entrar na vida eterna significa simplesmente ser admitidos, por graça, a compartilhar o modo de ser de Deus.
O pregador oficial da Casa Pontifícia concluiu com uma citação de Santo Agostinho: “Quando se quer atravessar um braço de mar, a coisa mais importante não é sentar-se na costa e aguçar a visão para ver o que está do outro lado, mas é subir no barco que leva àquela margem. E também para nós a coisa mais importante não é especular sobre como será a nossa vida eterna, mas fazer as coisas que sabemos que nos levam a ela”.  
Tradução de Thácio Siqueira
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Papa Francisco em audiência nesta sexta-feira: 
500 anos da Reforma são ocasião para purificar a memória

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência esta sexta-feira (31/03), no Vaticano, aos participantes do Congresso “Lutero 500 anos depois”, promovido pelo Pontifício Comitê de Ciências Históricas.
“Não muito tempo atrás, um Congresso do gênero seria impensável”, disse o Papa, manifestando sua gratidão aos organizadores e também o seu estupor.
Papa por ocasião de sua visita à Suécia, para os 500 anos da Reforma
“Falar de Lutero, católicos e protestantes juntos, por iniciativa de um organismo da Santa Sé: realmente tocamos com as mãos os frutos da ação do Espírito Santo, que ultrapassa toda barreira e transforma os conflitos em ocasiões de crescimento na comunhão.”
A comemoração dos 500 anos da Reforma, disse ainda Francisco, deu a oportunidade de olhar o passado juntos, livre de preconceitos e polêmicas ideológicas, discernindo o que de positivo e legítimo aconteceu e se distanciando de erros, exageros e falências.
“Hoje, depois de 50 anos de diálogo ecumênico entre católicos e protestantes, é possível realizar uma ‘purificação da memória’, que não consiste em realizar uma impraticável correção do que aconteceu 500 anos atrás, mas em ‘narrar esta história de modo diferente’, sem vestígios daquele rancor pelas feridas sofridas, que deforma a visão que temos uns dos outros.”
Como cristãos, concluiu o Papa, hoje somos todos chamados a nos libertar dos preconceitos pela fé que os outros professam, a oferecer mutuamente o perdão pelas culpas cometidas e a invocar de Deus o dom da reconciliação e da unidade.
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Papa faz visita surpresa à instituição que acolhe cegos em Roma

Cidade do Vaticano (RV) –  Na tarde desta sexta-feira (31), o Papa Francisco deu seguimento às sextas-feiras da Misericórdia, realizadas uma vez por mês durante o Jubileu, e visitou os hóspedes do Centro Regional Sant'Alessio - Margherita di Savoia de Roma.
Francisco encontrou e pôde
conversar com pessoas com deficiência visual
A histórica instituição, fundada em 1868 por alguns cidadãos, mas de iniciativa de Pio IX, é também a primeira escola italiana para cegos, já que as crianças recebiam preparação musical e literária com método Braille. Hoje realiza as mais diversas atividades de inclusão social para cegos.
Durante a visita, que surpreendeu tanto colaboradores como hóspedes do local, Francisco encontrou e pôde conversar com pessoas com deficiência visual, cegos desde o nascimento ou com perda de visão causada por graves doenças. Entre eles, 50 crianças que frequentam a instituição para receber uma formação especial, que ajuda na realização de pequenas ações diárias, e 37 idosos e adultos, residentes fixos da casa de saúde.
O Papa também pode encontrar o presidente do Centro Regional, Amedeo Piva, e o diretor geral, Antonio Organtini, que perdeu a visão no decorrer da vida, além da equipe médica e voluntários que auxiliam no trabalho aos hóspedes. Ao final da visita, Francisco deixou um presente para a instituição e assinou um pergaminho para a capela do local, como uma lembrança do encontro.
Durante o Ano Jubilar, o Pontífice percorreu obras de misericórdia que atendiam pessoas em situação de exclusão física e social, como uma casa para idosos, um centro de refugiados e hospitais de atendimento infantil. Com a visita surpresa desta sexta-feira, Francisco imprimiu mais uma vez a sua marca concreta de atenção e carinho aos mais vulneráveis nas periferias existenciais. (AC)
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                                                                                       Fonte: radiovaticana.va      news.va

quinta-feira, 30 de março de 2017

Francisco na missa desta quinta-feira:

Os ídolos nos escravizam, só Deus nos ama

Cidade do Vaticano (RV) – É preciso estar atento para não se afastar do Senhor em busca de falsos ídolos e da mundanidade: esta foi a advertência feita pelo Papa na homilia da missa celebrada na quinta-feira (30/03) na capela da Casa Santa Marta.
O Pontífice se inspirou no Livro do Êxodo para refletir sobre o “sonho e as desilusões de Deus”. O povo, disse ele, é o “sonho de Deus. Sonhava porque amava”. Aquele povo, porém, trai os sonhos do Pai e Deus “começa a se sentir desiludido” e pede a Moisés para que desça da montanha onde subiu para receber a Lei. O povo “não teve a paciência de esperar Deus” por 40 dias. Eles fizeram um bezerro de ouro. Um deus “para se divertir” e se esqueceram do “Deus que os salvou”.
Capela Santa Marta
O profeta Baruc, acrescentou Francisco, “tem uma frase que define bem este povo: ‘Vocês se esqueceram de quem os criou’”:
“Esquecer Deus que nos criou, que nos fez crescer, que nos acompanhou na vida: esta é a desilusão de Deus. E muitas vezes no Evangelho, nas Parábolas, Jesus fala daquele homem que faz um vinha e depois faliu, porque os operários a queriam para si. No coração do homem, há sempre esta inquietação! Não está satisfeito com Deus, com o amor fiel. O coração do homem está sempre orientado para a infidelidade. Esta é a tentação.”
Deus, portanto, “por meio de um profeta, repreende este povo” que “não tem constância, não sabe esperar, se perverteu”, se afasta do verdadeiro Deus e busca outro deus:
“E há a desilusão de Deus: a infidelidade do povo… E também nós somos povo de Deus e conhecemos bem como é o nosso coração e todos os dias devemos retomar o caminho para não escorregar lentamente em direção aos ídolos, às fantasias, à mundanidade, à infidelidade. Creio que hoje nos fará bem pensar no Senhor desiludido: ‘Diga-me, Senhor, está desiludido comigo?’. Com certeza sim, por algum motivo. Mas pensar e fazer esta pergunta”.
Francisco recordou que Deus tem “um coração terno, um coração de pai”. E lembrou quando Jesus chorou sobre Jerusalém. Por isso, devemos nos perguntar se “Deus chora por mim?”, se “está desiludido comigo?”, se “me afastei do Senhor?”.
“Quantos ídolos tenho dos quais não sou capaz de me desfazer, que me escravizam? Esta idolatria que temos dentro de nós… E Deus chora por mim. Pensemos hoje nesta desilusão de Deus que nos fez por amor e nós vamos em busca de amor, de bem-estar, de conforto em outro lugar e não em Seu amor. Nós nos afastamos deste Deus que nos criou. E esta é uma reflexão de Quaresma. Isso nos fará bem. E isso, fazê-lo todos os dias; um pequeno exame de consciência: ‘Senhor, que teve tantos sonhos para mim, eu sei que me afastei, mas me diga onde, como voltar...’. E a surpresa será que Ele sempre nos espera, como o pai do filho pródigo, que o viu chegar de longe porque o aguardava”.
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Assista:
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quarta-feira, 29 de março de 2017

Papa Francisco:
"Como Abraão, esperar contra toda esperança"

Cidade do Vaticano (RV) – A catequese proferida pelo Papa na audiência geral desta quarta-feira (29/03) foi inspirada no episódio narrado por Paulo na Carta aos Romanos. Segundo Francisco, este trecho é um ‘grande dom’, porque mostra Abraão como ‘pai da esperança’ e preanuncia a Ressurreição: a vida nova que vence o mal e até a morte.
Catequese sobre a esperança
“Abraão não vacilou na fé, apesar de ver o seu físico desvigorado por sua idade e considerando o útero de Sara já incapaz de conceber”, diz o trecho lido em várias línguas aos 13 mil fiéis presentes na Praça São Pedro.

O Apóstolo nos ensina que somos chamados a viver esta experiência, a ‘esperar contra toda esperança’; a acreditar no Deus que salva, que chama à vida e nos tira do desespero e da morte. “Que aquele hino a Deus, que liberta e regenera, se torne profecia para nós”, disse o Papa, prosseguindo:
“Deus ‘ressuscitou dos mortos a Jesus’ para que nós também possamos passar n’Ele da morte à vida. Pode-se bem dizer que Abraão se tornou ‘pai de muitos povos’, porque resplandece como o anúncio de uma nova humanidade, resgatada por Cristo do pecado e conduzida para sempre ao abraço do amor de Deus”. 
A esperança cristã vai além da esperança humana
Paulo nos ajuda a compreender a íntima relação entre fé e esperança. A esperança cristã não se baseia em raciocínios, previsões e garantias humanas; ela se manifesta quando não há mais nada em que esperar, exatamente como o fez Abraão ante sua morte iminente e a esterilidade de Sara, sua esposa. Era o fim para eles... não podiam ter filhos... mas Abraão acreditou, teve esperança”.
A grande esperança se fundamenta na fé e precisamente por isso é capaz de ir além de qualquer esperança. Não se baseia em nossa palavra, mas na Palavra de Deus, explicou Francisco à multidão. 
“E é neste sentido que somos chamados a seguir o exemplo de Abraão, que mesmo diante da evidencia de uma realidade que o levaria à morte, confia em Deus, plenamente convencido de que Ele tem poder para cumprir o que prometeu”. 
Improvisando, a pergunta aos fiéis
Dirigindo-se à Praça, o Papa perguntou aos fiéis: “Estamos convencidos realmente de que Deus nos quer bem? Que ele pode cumprir o que prometeu? Qual seria o seu preço? Abrir o coração! A força de Deus ensinará o que é a esperança. Este é o único preço: abrir o coração á fé... e Ele fará o resto!”.
“Eis, portanto, o paradoxo e ao mesmo tempo, o elemento mais forte, mais elevado, da nossa esperança! Ela é fundada em uma promessa que do ponto de vista humano parece ser incerta e imprevisível, mas que se manifesta até mesmo diante da morte, quando quem a promete é o Deus da Ressurreição e da vida”.
Firmes na esperança
“Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor a graça de permanecer firmes não apenas em nossas seguranças, em nossas capacidades, mas na esperança que brota da promessa de Deus. Assim, a nossa vida terá uma nova luz, na certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho ressuscitará a nós também, tornando-nos uma só coisa com Ele, junto de todos os nossos irmãos na fé”. 
O Papa encerrou o encontro concedendo a bênção aos fiéis 
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Assista:

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       Fonte: radiovaticana.va   Banner: dehonianosmar.wordpress.com   Foto: gaudiumpress.org