sexta-feira, 26 de abril de 2024

5º Domingo da Páscoa:

Leituras e Reflexão

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1ª Leitura: At 9,26-31

Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos 

Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo.

Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado, em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco.

Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza o nome do Senhor. Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo.

Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesareia, e daí o mandaram para Tarso.

A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judéia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo.

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Responsório: Sl 21

— Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia!

— Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia!

— Sois meu louvor em meio à grande assembleia;/ cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!/ Vossos pobres vão comer e saciar-se,/ os que procuram o Senhor o louvarão:/ “Seus corações tenham a vida para sempre!”

— Lembrem-se disso os confins de toda a terra,/ para que voltem ao Senhor e se convertam, / e se prostrem, adorando, diante dele/ todos os povos e as famílias das nações./ Somente a ele adorarão os poderosos,/ e os que voltam para o pó o louvarão.

— Para ele há de viver a minha alma,/ toda a minha descendência há de servi-lo;/ às futuras gerações anunciará/ o poder e a justiça do Senhor;/ ao povo novo, que há de vir, ela dirá:/ “Eis a obra que o Senhor realizou!”

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2ª Leitura: 1Jo 3,18-24
Leitura da Primeira Carta de São João

Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.

Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado.

Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu.

Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.

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Evangelho: Jo 15,1-8

Proclamação do Evangelho de São  João

«Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que deem mais fruto ainda. Vocês já estão limpos por causa da palavra que eu lhes falei. Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Vocês também não poderão dar fruto, se não ficarem unidos a mim. Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada. Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados.»

«Se vocês ficam unidos a mim e minhas palavras permanecem em vocês, peçam o que quiserem e será concedido a vocês. A glória de meu Pai se manifesta quando vocês dão muitos frutos e se tornam meus discípulos.

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Reflexão do padre Johan Konings:

Jesus, a Videira, nós os ramos

Na liturgia dos domingos depois da Páscoa aprofundamos o mistério do Senhor Jesus glorioso, no qual transparece o amor do Pai, fonte do seu amor por nós e de nosso amor aos irmãos e irmãs. Isso fica claro de modo especial hoje, na parábola da “videira” (evangelho).

No Antigo Testamento, a vinha de Deus era o povo de Israel. Diz o profeta Isaías que Deus esperava dessa vinha frutos de justiça, mas só produziu fruto ruim (Is 5). Jesus mesmo contou uma parábola acusando, não a vinha, mas os administradores, porque não queriam entregar ao “Senhor” (= Deus) a parte combinada e quiseram apropriar-se da vinha (= o povo), matando o “Filho” (= Jesus) (Mc 12,1-12). No evangelho de João, Jesus modifica um pouco essa imagem. Não fala numa plantação inteira, mas num pé de uva, uma videira. Ele mesmo é essa videira. O Pai é o agricultor que espera bons frutos, e nós somos os ramos que devemos produzir esses frutos no fato de nos amarmos uns aos outros como Jesus nos amou. Pois Jesus recebeu esse amor do Pai, e o fruto que o Pai espera é que partilhemos esse amor com os irmãos (cf. também próximo dom.).

”A vinha verdadeira sou eu”- Jesus, unido aos seus em união vital. Essa união consiste em que permaneçamos ligados a ele, atentos e obedientes à sua palavra, ao seu mandamento de amor fraterno. E também, unidos entre nós, pois todos os ramos da videira recebem sua seiva do mesmo tronco, que é Jesus. A 2ª leitura de hoje explica isso melhor: fala do amor eficaz, o amor que produz fruto, não só “em palavras”, mas “em ações e em verdade” (1Jo 3,18-24). Tal amor eficaz faz com que tenhamos certeza de sermos “da verdade”. Por isso podemos ter paz no coração, pois sabemos que Deus se alegra com os nossos “frutos” e vence o medo e a incerteza de nosso coração (= consciência), mesmo se este se inquieta por nossas imperfeições (3, 20-23). Deus é maior que nossos escrúpulos.

Esse modo de falar nos faz ver a Igreja de outra maneira. Já não aparece como um poder ao lado do poder político, como uma “organização” burocrática, mas como um “organismo vivo” de amor fraterno. Na Igreja, Jesus e nós somos uma realidade só. Vivemos a mesma vida. Ele é o tronco, nós os ramos, mas é o mesmo pé de uva. Somos os produtores dos frutos de Jesus no mundo de hoje. Para não comprometermos essa produtividade, devemos cuidar de nossa ligação ao tronco, nossa vida íntima de união com Jesus, nossa mística cristã – na oração, na celebração e na prática da vida. Produzir os frutos da justiça e do amor fraterno e unirmo-nos a Cristo na oração e na celebração são os dois lados inseparáveis da mesma moeda. Não existe oposição entre a mística e a prática. Importa “permanecer em Cristo”. A Igreja ama Jesus, que ama os seres humanos até o fim, e por isso ela produz o mesmo fruto de amor. A Igreja vive do amor que ela tem ao amor de Jesus para o mundo.

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PE. JOHAN KONINGS nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colégio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (Jesuítas) e, desde 1986, atuou como professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Faleceu no dia 21 de maio de 2022. Este comentário é do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes.

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Reflexão em vídeo de Frei Gustavo Medella

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Fonte: franciscanos.org.br   Imagem: vaticannews.va  Banner: Fr. Fábio M. Vasconcelos

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Papa Francisco nesta quinta-feira:

a paz começa
no coração de cada um, quando decidimos perdoar

"Não nos esqueçamos de que a realização desse grande dom começa no coração de cada um de nós; começa na porta de casa, quando, antes de sair, decido se quero viver aquele dia como um homem ou uma mulher de paz", enfatizou Francisco aos peregrinos provenientes da Hungria, recebidos esta manhã (25/04), no Vaticano.

Na manhã desta quinta-feira, 25 de abril, o Papa recebeu na Sala Paulo VI, no Vaticano, um grande grupo de peregrinos húngaros. Ao discursar para os 1.200 fiéis, Francisco recordou sua viagem apostólica, realizada há um ano à Hungria.

"Essa peregrinação acontece um ano após minha viagem apostólica à Hungria, que trago no coração com muita gratidão. É por isso que eu gostaria de lembrá-la hoje, recordando que estive entre vocês como um peregrino, como um irmão e como um amigo."

A paz começa em casa

Francisco, ao sublinhar as realidades presentes no cenário global, destacou a paz como o caminho a seguir, não qualquer paz, mas a paz que Cristo Ressuscitado concedeu em sua saudação aos discípulos:

"Não nos esqueçamos, irmãos e irmãs, de que a realização desse grande dom começa no coração de cada um de nós; começa na porta de casa, quando, antes de sair, decido se quero viver aquele dia como um homem ou uma mulher de paz, ou seja, viver em paz com os outros. A paz começa quando decido perdoar, mesmo que seja difícil, e isso enche meu coração de alegria."

Coração aberto para os refugiados

Ao recordar os exemplos dos santos e beatos húngaros, o Papa enfatizou que eles nos encorajam com suas atitudes, principalmente na atenção às pessoas em dificuldades, os refugiados, os pobres, os marginalizados, e completou:

"Agradeço a vocês porque têm um coração aberto para os refugiados ucranianos que deixaram seu país por causa da guerra. E também aprecio seus esforços para integrar aqueles que vivem nas periferias da sociedade."


Testemunho de fé

Por fim, o Pontífice, ao fazer memória dos encontros vivenciados em sua visita ao país, incentivou os presentes a caminharem no diálogo com as gerações, valorizando suas raízes para estabelecerem uma base sólida ao futuro, fortalecendo-se nos valores que emanam vida: família, unidade, paz.

"Caminhemos juntos no caminho do Senhor como homens e mulheres 'pascais' e o reconheçamos no partir do pão, na mesa eucarística e na mesa dos famintos; em sua Palavra e no encontro com os outros. Obrigado por sua fidelidade a Cristo, manifestada no testemunho de fé e no ecumenismo que vocês vivem, em sua caridade acolhedora, mesmo com aqueles que são diferentes, em seu respeito por toda a vida humana e em seu cuidado responsável com o meio ambiente."

Pouco antes da audiência com os peregrinos húngaros, acompanhados pelo Primaz da Hungria, cardeal Péter Erdő, e pelo Presidente da Conferência Episcopal Húngara, dom András Veres, o Papa Francisco recebeu o Presidente da República da Hungria, Tamás Sulyok, em seu escritório na Sala Paulo VI.

Thulio Fonseca - Vatican News

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O Papa à Ação Católica:
faça crescer a 'cultura do abraço'

Os membros da Ação Católica Italiana acolheram Francisco na Praça São Pedro para o encontro intitulado “De braços abertos”: são muitos os abraços, os que faltaram e por causa de muitos conflitos "nestes dias diante dos nossos olhos", os abraços que salvam e aqueles que mudam a vida.

Cerca de sessenta mil membros da Ação Católica Italiana se reuniram na Praça São Pedro, para o encontro com o Papa Francisco no âmbito da XVIII Assembleia Geral do organismo católico que tem início nesta quinta-feira (25/04).

Em seu discurso, o Santo Padre recordou o título do encontro nacional escolhido pelos membros da Ação Católica Italiana: "De braços abertos". Segundo o Papa, "o abraço é uma das expressões mais espontâneas da experiência humana. A vida do ser humano se abre com um abraço, o dos pais, primeiro gesto de acolhimento, ao qual se seguem muitos outros, que dão sentido e valor aos dias e aos anos, até ao último, o da despedida do caminho terreno. E sobretudo está envolvida do grande abraço de Deus, que nos ama por primeiro e nunca deixa de nos manter perto de si, especialmente quando voltamos depois de nos termos perdido, como nos mostra a parábola do Pai misericordioso". "O que seria de nossa vida e como a missão da Igreja poderia ser realizada sem esses abraços?", perguntou o Papa, que a seguir propôs uma reflexão sobre três tipos de abraço: o abraço que falta, o abraço que salva e o abraço que muda a vida.

Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso

O abraço que falta. "O entusiasmo que hoje expressaram de forma tão festiva nem sempre é bem acolhido no nosso mundo: às vezes encontra fechamentos e, outras vezes, encontra resistências, de modo que os braços ficam rígidos e as mãos se fecham de forma ameaçadora, não se tornando mais veículos de fraternidade, mas de rejeição, de oposição, muitas vezes até violenta, também sinal de desconfiança em relação aos outros, próximos e distantes, a ponto de levar ao conflito", disse o Papa, acrescentando:  

Quando o abraço se transforma em um punho, é muito perigoso. Na origem das guerras geralmente há abraços que faltaram ou abraços rejeitados, que são seguidos de preconceitos, mal-entendidos e suspeitas, a ponto de ver o outro como inimigo. Tudo isso, infelizmente, está diante de nossos olhos hoje em dia, em muitas partes do mundo! Com sua presença e seu trabalho, no entanto, vocês testemunham a todos que o caminho do abraço é o caminho da vida.

O abraço misericordioso de Deus que salva

O abraço que salva. "Do ponto de vista humano, abraçar-se significa expressar valores positivos e fundamentais como o afeto, a estima, a confiança, o encorajamento, a reconciliação. Mas se torna ainda mais vital quando é vivido na dimensão da fé. No centro da nossa existência está o abraço misericordioso de Deus que salva, o abraço do Pai bom que se revelou em Cristo Jesus, e cujo rosto se reflete em cada seu gesto de perdão, de cura, de libertação, de serviço, e cuja revelação atinge o seu ápice na Eucaristia e na Cruz, quando Cristo oferece a sua vida pela salvação do mundo, para o bem de todo aquele que o acolhe com o coração sincero, perdoando até mesmo os seus crucificadores", disse ainda Francisco, convidando a todos a se deixarem abraçar pelo Senhor "como como crianças", pois "cada um de nós tem algo de criança no coração que precisa de um abraço. No abraço do Senhor aprendemos a abraçar os outros".

Mostrar caminhos de esperança

O abraço que muda a vida. "Um abraço pode mudar a vida, mostrar novos caminhos, caminhos de esperança", sublinhou Francisco. Há muitos santos em cuja existência o abraço marcou uma virada decisiva, como São Francisco, que deixou tudo para seguir o Senhor depois de ter abraçado um leproso, como ele mesmo recorda no seu testamento", disse ainda o Papa, recordando que o "abraço da caridade" é o "único sinal essencial dos discípulos de Cristo, regra, forma e fim de todos os meios de santificação e apostolado".

Amigos, vocês serão tanto mais presença de Cristo quanto mais souberem abraçar e apoiar cada irmão necessitado com braços misericordiosos e compassivos, como leigos engajados nos acontecimentos do mundo e da história, ricos de uma grande tradição, formados e competentes no que diz respeito às suas responsabilidades, e ao mesmo tempo humildes e fervorosos na via do espírito. Dessa forma, vocês poderão fazer sinais concretos de mudança segundo o Evangelho a nível social, cultural, político e econômico nos contextos em que trabalham.

Promover a "cultura do abraço"

Francisco incentivou os membros da Ação Católica a promoverem a "cultura do abraço" que "crescerá na Igreja e na sociedade, renovando as relações familiares e educativas, renovando os processos de reconciliação e de justiça, renovando os esforços de comunhão e de corresponsabilidade, construindo laços para um futuro de paz".

Levar adiante a sinodalidade

Por fim, vendo todos reunidos na Praça São Pedro, o Papa se lembrou "do Sínodo em andamento, que chega à sua terceira etapa, a mais desafiadora e importante: a profética". "Agora, trata-se de traduzir o trabalho das fases anteriores em escolhas que deem impulso e vida nova à missão da Igreja no nosso tempo. Porém, o mais importante deste Sínodo é a sinodalidade. Os temas devem levar adiante esta expressão da Igreja, que é a sinodalidade", disse ele. "Por isso, há necessidade de pessoas moldadas pelo Espírito, de "peregrinos da esperança", de homens e mulheres sinodais, que saibam dialogar, interagir, buscar juntos, como diz o tema do Jubileu que já se aproxima, homens e mulheres capazes de traçar e percorrer caminhos novos e desafiadores", concluiu.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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                                                                                                                      Fonte: vaticannews.va

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Reflexão do padre Zezinho:

DEIXEM O NOVO PADRE PREGAR.
Se eu posso, ele também pode.

Pe. Zezinho. scj ||||||||||||||||||||||||

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Padre Zezinho ministrando aula

E se ele discordar de mim eu terei que aceitar. Talvez ele saiba mais do que eu, ou seja, mais piedoso e sábio do que eu!

Se eu discordar dele eu direi fraternalmente por que e no que discordo.

Eu estudei e ele também estudou.

Mas não frequentamos os mesmos cursos, nem o mesmo movimento, nem lemos os mesmos livros, e não tivemos aulas com os mesmos mestres.

A diferença está bem ali!

Cabe a ele me corrigir. Cabe a mim corrigi-lo se um de nós dois disser alguma coisa com a qual a Igreja não com concorda.

Ninguém de nós sabe tudo. Nem ele nem eu. Por isso temos cursos, encíclicas, documentos, livros e manuais de teologia moral.

Por isso precisamos consultar bispos e teólogos experimentados que estudaram mais do que nós.

Na nossa Igreja temos Papa e Bispo e Superior religioso.

Padre não pode inventar liturgias nem dogmas, nem novas devoções.

Está lá para repercutir a fé católica. E terá que pedir licença ao bispo para tentar qualquer mudança na diocese.

Padre não é dono do altar, nem do púlpito, nem da missa! Terá que consultar o bispo até para dançar na frente do altar, sobretudo se houver exposição do Santíssimo.

Os arroubos de alegria, os testemunhos pessoais não cabem naquele microfone. O povo pode falar suas dores naquele templo. O padre terá que achar outro lugar.

O templo, o altar, o púlpito tudo é do povo de Deus. E Ele está a serviço deste povo.

Se estiver doendo muito ele sabe a quem procurar, mas não pode jogar suas dores no povo.

Jesus na hora da agonia mostrou sua dor aos discípulos que eram seus companheiros, mas não jogou suas dores no povo.

Todo padre é um novo Cireneu. Foi ordenado para carregar as cruzes do povo. Foi isto que ele assumiu no dia da ordenação!

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                                                                                       Fonte: facebook.com/padrezezinhoscj

Papa na catequese desta quarta-feira:

as virtudes teologais
são o grande antídoto para a autossuficiência

Francisco disse na Audiência Geral que "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo. Ela realiza-se com o dom de três outras virtudes, puramente cristãs, que são frequentemente mencionadas juntas nos escritos do Novo Testamento". Estas atitudes fundamentais, que caracterizam a vida dos cristãos, são a fé, a esperança e a caridade".

"A vida da graça segundo o Espírito" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (24/04), realizada na Praça São Pedro.

Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre "Vícios e virtudes", o Santo Padre lembrou sua reflexão, na semana passada, centrada nas virtudes cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança.

Aderir ao bem e evitar o mal 

Segundo Francisco, "estas quatro virtudes pertencem a uma sabedoria muito antiga, que precede o Cristianismo". Já antes de Cristo, "se pregava a honestidade como dever cívico, a sabedoria como regra das ações, a coragem como ingrediente fundamental para uma vida que tende para o bem, a moderação como medida necessária para evitar sermos dominados pelos excessos". "Esta herança da humanidade não foi substituída pelo Cristianismo, mas colocada em evidência, valorizada, purificada e integrada", sublinhou.

Há, portanto, no coração de cada homem e de cada mulher, a capacidade de procurar o bem. O Espírito Santo é dado para que quem o acolhe possa distinguir claramente o bem do mal, ter a força para aderir ao bem evitando o mal e, assim fazendo, alcançar a plena autorrealização.

Fé, esperança e caridade

O Papa sublinhou que "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo. Ela realiza-se com o dom de três outras virtudes, puramente cristãs, que são frequentemente mencionadas juntas nos escritos do Novo Testamento".

“Estas atitudes fundamentais, que caracterizam a vida dos cristãos, são a fé, a esperança e a caridade. Os escritores cristãos logo as chamaram de “teologais”, pois são recebidas e vividas na relação com Deus, para diferenciá-las das demais chamadas de “cardeais”, pois constituem o “pivô” de uma vida boa. Essas três são recebidas no Batismo e vêm do Espirito Santo.”

Ambas, combinadas em muitas reflexões sistemáticas, compuseram assim um maravilhoso setenário, que é frequentemente contrastado com a lista dos sete pecados capitais.

Virtudes teologais, grande antídoto para a autossuficiência

De acordo com Francisco, "enquanto o risco das virtudes cardeais é o de gerar homens e mulheres heroicos na prática do bem, mas no fim das contas sós, isolados, o grande dom das virtudes teologais é a existência vivida no Espírito Santo".

Segundo o Papa, "o cristão nunca está só. Faz o bem não através de um esforço titânico de compromisso pessoal, mas porque, como humilde discípulo, caminha atrás do Mestre Jesus. Segue adiante no caminho. Os cristãos têm as virtudes teologais que são o grande antídoto para a autossuficiência".  "Quantas vezes certos homens e mulheres moralmente impecáveis correm o risco de se tornarem, aos olhos de quem os conhece, presunçosos e arrogantes ", sublinhou Francisco.

De acordo com o Pontífice, este "é um perigo contra o qual o Evangelho nos alerta bem, quando Jesus recomenda aos seus discípulos: «Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer”»".

“A soberbia é um veneno poderoso: basta uma gota para arruinar uma vida inteira caracterizada pelo bem.”

O bem não é apenas um fim, mas também um caminho. O bem precisa de muita discrição, de muita gentileza. Acima de tudo, o bem precisa despojar-se daquela presença por vezes demasiado incômoda que é o nosso eu.

Abrir o coração ao Espírito Santo

Segundo Francisco, "para corrigir todas estas situações que às vezes se tornam dolorosas, as virtudes teologais são de grande ajuda. São especialmente assim nos momentos de queda, porque mesmo aqueles que têm boas intenções morais às vezes caem. Todos nós caímos na vida, porque todos nós somos pecadores. Assim como quem pratica diariamente a virtude às vezes comete erros: todos erramos na vida e a inteligência nem sempre é clara, a vontade nem sempre é firme, as paixões nem sempre são governadas, a coragem nem sempre supera o medo".

"Mas se abrirmos o nosso coração ao Espírito Santo, Ele reaviva em nós as virtudes teologais: então, se perdemos a confiança, Deus reabre-nos à fé; se estamos desanimados, Deus desperta em nós a esperança; se o nosso coração está endurecido, Deus o suaviza com seu amor", concluiu o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

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Assista:

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terça-feira, 23 de abril de 2024

Paróquia São José - Paraisópolis (MG):

   Horários de missa e outros eventos

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Dia 26 - Sexta-feira

6h - Oração da Mil Misericórdias na Matriz

8h - Terço comunitário na Matriz

19h - Grupo de Oração Maranathá na capela da Soledade

19h - Missa na Bela Vista (Nossa Senhora Aparecida)

19h - Missa no Ribeirão Vermelho

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Dia 27 - Sábado

8h - Terço comunitário na Matriz

19h - Missa na Matriz

19h - Missa no Centro Pastoral São Geraldo

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Dia 28 - 5º Domingo da Páscoa

7h - Missa na Matriz      9h - Missa na Matriz

     11h - Missa na igreja de Santa Edwiges

16h - Missa nos Lucianos

19h - Missa na Matriz      19h - Missa na igreja da Santo Antônio 

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Reflita com dom Leomar:

A relevância pública da fé cristã

Os cristãos, não são os únicos responsáveis pelos rumos do mundo, contudo, têm a consciência de que não podem se omitir diante dos rumos que o mundo vai tomando. Afinal, os marginalizados, os excluídos, as vítimas das guerras e os pobres carecem de um bom samaritano.

Dom Leomar Brustolin

O atendimento aos mais pobres da sociedade ainda é garantido por obras que a Igreja mantém. Por outro lado, não é possível manter essa atitude sem identificar as causas dessa desigualdade bem visível.  Na Carta Encíclica Laudato Si', o Papa Francisco denuncia uma opinião pública generalizada que não procura resolver os problemas dos pobres e limita-se a propor uma redução da natalidade. “Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas”. (LS, 50) 

A Igreja, portanto, garantindo a assistência aos idosos, crianças, doentes e todos os abandonados no isolamento das grandes cidades, precisa ser uma voz profética que desmascare as causas da injustiça social. Através da categoria vida, desde a concepção até a morte natural, o testemunho cristão se traduz no compromisso com os crucificados sobre a terra e, de acordo com a crescente consciência ecológica, também com a criação pecaminosamente devastada.  

A evangelização não é uma linha estabelecida e bem demarcada entre o espaço sagrado e o profano, entre o âmbito eclesiástico e o mundano, não é o limiar da realidade, mas é o lugar e a hora decisiva para a salvação do ser humano. É o “hic et nunc”, o aqui e agora, no qual a totalidade de uma existência se decide a favor ou contra Cristo. 

A Igreja é chamada a renovar-se incessantemente na escuta da Palavra de Deus, deixando-se julgar e purificar no seguimento de Cristo. Para ser evangelizadora das periferias, toda comunidade de fé é chamada a reconhecer continuamente os sinais de Deus na história. 

A evangelização atual exige a Igreja em “saída”, como afirma o Papa Francisco, saída de um meio demasiadamente fechado sobre si mesmo, separado da massa dos cidadãos, pouco aberto às novas correntes culturais, ainda que essa postura de reserva procure ser uma atitude de prudente defesa de valores irrenunciáveis.  

Certamente, não se tem tudo claro sobre como realizar a inculturação do Evangelho na cultura contemporânea. Dela depende uma presença pública da Igreja com maior impacto na sociedade. 

Dom Leomar Antônio Brustolin - Arcebispo de Santa Maria (RS)

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                                                                                                                Fonte: cnbb.org.br

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Tempo Pascal é

tempo de Renascimento e Canto Novo

"O Mistério Pascal é, pois, o centro de toda a liturgia, de toda ação eclesial, de toda a pregação, de toda a missão. Sem a Ressurreição de Cristo não se entende as Escrituras, os sacramentos, a doutrina, a evangelização, o sentido da comunidade reunida, o sentido da dor e do sofrimento. Cada liturgia, cada etapa do ano litúrgico, cada momento vivido no tempo de celebração é um desdobramento da grande notícia: Jesus vive e é o Senhor da morte! Ele ressuscitou verdadeiramente! "

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

As sete semanas do Tempo Pascal, o mais longo dos tempos fortes, indicam plenitude, realização, perfeição. Os oito domingos fazem-nos compreender como o Senhor que morreu, foi sepultado, ressuscitou, subiu ao céu e enviou o Espírito à Igreja nascente, é o cumprimento e a plenitude das obras de Deus. Os cinquenta dias da Páscoa são um pedaço de vida eterna no tempo. É por isso que o tempo da Páscoa é como um “único grande domingo”.

A Páscoa, de fato, é a festa fundamental do culto cristão. Nela, o homem é chamado a passar da sua inata fragilidade à vida nova em Cristo ressuscitado. Sua Ressurreição nos torna novas criaturas para a vida eterna. Deus Pai, na Páscoa, abriu-nos a passagem para a vida eterna, fez-nos entrar no caminho da salvação eterna.

Na reflexão “Tempo Pascal é tempo de Renascimento e Canto Novo”, Pe. Gerson Schmidt* também nos fala sobre a liturgia no tempo pascal:

"A riquíssima Constituição Sacrosanctum Concilium fala sobre a importância do Ano Litúrgico no número 102. Afirma assim: “A Santa Mãe Igreja julga seu dever celebrar em certos dias, no decurso do ano, com piedosa recordação a obra salvífica de seu divino Esposo. Em cada semana, no dia que ela chamou Domingo, comemora a ressurreição do Senhor, celebrando-a uma vez também na solenidade máxima da Páscoa, com sua Sagrada Paixão. No decorrer do ano, revela todo o mistério de Cristo, desde a Encarnação e Natividade, até a Ascensão, Pentecostes e a expectação da feliz esperança e vinda do Senhor. Celebrando destarte os Mistérios da Redenção, franqueia aos fiéis as riquezas do poder santificador e dos méritos de seu Senhor, de tal sorte que, de alguma forma presentes em todo tempo, para que os fiéis entre em contato com eles e sejam repletos de graça e salvação”. Portanto, a solenidade máxima, para a qual convergem todas as outras celebrações, é a Páscoa, com sua Sagrada Paixão.

Desde o Advento, o nascimento de Cristo até sua ascensão ao céu e depois a festa de Pentecostes, o mistério pascal está por detrás, na perspectiva, no horizonte e no pano de fundo de todas as festividades e motivações. O Mistério Pascal é, pois, o centro de toda a liturgia, de toda ação eclesial, de toda a pregação, de toda a missão. Sem a Ressurreição de Cristo não se entende as Escrituras, os sacramentos, a doutrina, a evangelização, o sentido da comunidade reunida, o sentido da dor e do sofrimento. Cada liturgia, cada etapa do ano litúrgico, cada momento vivido no tempo de celebração é um desdobramento da grande notícia: Jesus vive e é o Senhor da morte!  Ele ressuscitou verdadeiramente!

A pedido do Papa Francisco, o Dicastério para a Evangelização propõe um rico subsídio para a celebração Jubilar do ano que vem. Os Cadernos do Concílio são muitos. O de número 13 – Jubileu 2025 – Os tempos fortes do Ano Litúrgico – Edições CNBB, publicados no ano de 2023, nos aponta a profundidade desse tempo pascal.  Aponta assim esse subsídio na página 30: “...a liturgia deste período pascal nos leva a rezar pedindo ao Pai poder viver “com ardor esses dias de júbilo em honra do Senhor ressuscitado”(MR, p.351), exorta-nos também, à medida que os dias passam, inexoravelmente, a reconhecer o ressuscitado que está no meio de nós(cf. Jo 20, 19-29), superando o medo do tempo que tudo devora e as situações de precariedade e vulnerabilidade que nos prendem na solidão e no desânimo. É, portanto, uma mensagem de esperança aquela que vem do Tempo Pascal e se destina ao tempo presente pela preocupação com o futuro o renovado esforço de que o cristão deve estar investido, revigorado a partir da consciência de que esse Tempo é tempo de Renascimento e de comunhão fraterna”. O Ressuscitado que vive entre nós supera o medo de tudo. É como diz São Paulo: “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa alguma na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8, 38-39).

O Tempo Pascal, portanto, é um tempo maravilhoso de Renascimento, tal como a primavera. A vida nova vai surgindo de Páscoa em Páscoa, na caminhada do Ano Litúrgico que não se repete rotineiramente, mas que gera vida cada vez maior e mais profunda. Tal como um rio que nunca se cruza duas vezes, mas é como se fosse a primeira vez: primeira razão, porque as águas antigas já se foram rio abaixo; segunda razão, porque nossa história já mudou e as circunstâncias são diversas da vida pessoal. Desta forma é o renascimento em cada liturgia, em cada tempo, em cada Páscoa, em cada gesto ofertante.

Continua assim o subsídio Cadernos do Concilio, afirmando que “a Páscoa coincide com o período da primavera - nos países do Hemisfério Norte - em que tudo volta à Vida e isso não nos gera meros efeitos sentimentais, mas provoca um despertar da consciência do homem para que volte a pertencer a Cristo e se reconhecer criatura de Deus. A presença do Ressuscitado em meio a seus discípulos é fonte de vida nova, vida inaugurada pela Páscoa, pela qual a eternidade flui de volta ao tempo presente, contagiando-o de nova vitalidade”. Há uma nova realidade inaugurada pela Páscoa e vitalidade totalmente nova recriada pelo Ressuscitado, vivo e presente no meio de nós, recapitulando toda a criação.

Transcorridos 40 dias de quaresma, podemos novamente fazer retumbar os “aleluias”. Devemos cantar Aleluia para captar o sentido da Páscoa. Cantando, vemos a ressurreição no corpo. No canto, o ressuscitado emerge da Pedra que faz peso no coração e nos bloqueia. “Enquanto cantamos, podemos sentir a vida e o amor em nós, porque o amor quer e deve ser cantado. O entendimento só se expressa com palavras, mas o canto desperta em nós e surge diante de nós uma imagem do que cantamos, uma imagem do Bem-Amado. Sentimos que o Ressuscitado está realmente entre nós e, sim, está em nós. A ressurreição está acontecendo em nós. Enquanto cantamos, sentimos: A pedra foi removida, ela não me bloqueia mais. O túmulo se abriu, Cristo Ressuscitou, está comigo e comigo sai de minha tumba. Agora posso transpor meus limites, posso me superar, sinto a vida em mim, algo florescer em meu ser. E basta cantar para abrir espaço para esta vida em mim. O Aleluia é o novo canto, que permaneceu mudo na Quaresma. Em seus sermões, Santo Agostinho costumava referir-se ao cântico da Páscoa como expressão de uma nova vida: ‘Somos convidados a cantar um canto novo ao Senhor. O homem novo conhece o canto novo. O canto é uma manifestação de alegria e, se examinarmos bem, uma expressão de amor. Quem, portanto, aprendeu a amar a vida nova, aprendeu também a cantar o canto novo. Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com os lábios, cantai com a vida, sede vós mesmos o canto que ídes cantar!”[1]"

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] GRÜN, Anselm e REEPEN, Michael. O Ano Litúrgico – como ritmo de uma Vida plena de sentido, Vozes, Petrópolis 2013, p. 72-73.

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                                                                                                                      Fonte: vaticannews.va